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Eliminado o Barça, não sobra qualquer razão válida para eu sofrer pelo Mourinho, muito menos pelo Real.
Há duas razões para se desejar mal ao Barcelona. Primeira, trata-se de um clube detestável pelo que em si mesmo representa: o mesquinho, oportunista e torpe nacionalismo catalão.
Segunda, nunca uma equipa de futebol revelou uma tão esmagadora e inquestionável superioridade sobre toda a concorrência, ao ponto de a própria modalidade correr perigo. Não se põe crianças a jogar contra adultos, nem mulheres contra homens, nem uma seleção unicamente constituída por grandes futebolistas mundiais contra o Barça - porque, pura e simplesmente, isso não é justo.
Algo está profundamente errado quando uma equipa sistematicamente trucida com a maior descontração não só o principal rival caseiro (5-0), o campeão da Alemanha (7-0) ou o campeão da América do Sul (4-0), deixando a clara sensação que, se se esforçassem, a punição poderia ter sido ainda mais cruel.
Tudo isto praticando um futebol prussiano, chato como a potassa, que ameaça rebaixar a modalidade ao nível do andebol de sete (que o meu tio Armando me perdoe por escrever isto!).
Sucede que, quando o império do Barcelona ruir (dia que, calculo, ainda virá longe), o que se lhe seguirá será ainda pior.
Mourinho terá sido o primeiro a perceber que, para derrotar o Barça, é preciso deixá-lo fazer aquilo que ele gosta e sabe fazer: permitir-lhe ter a bola, convidá-lo a trocá-la à entrada da área, montar uma defesa composta por duas linhas (uma com seis, outra com quatro jogadores), privilegiar as marcações homem a homem, ressuscitar a figura do libero (Pepe!), forçar o contacto físico, privilegiar o futebol de pontapé para a frente e muita correria e, finalmente, rezar para que o adversário tenha azar - muito azar.
O futebol pós-Barça ameaça, pois, ser superlativamente primitivo, desavergonhadamente tosco na filosofia e na prática, nos princípios e na táctica, na forma e no conteúdo. Émulos do mítico Hrubesch concorrerão a "melhor jogador do mundo".
Enquanto o pau vai e vem, resta-me a absurda opção de torcer para que o Bayern seja este ano campeão da Europa. Porca miseria!
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cada um gosta do que gosta, mas porquê chamar MESQUINHO,OPORTUNISTA E TORPE ao nacionalismo catalão? Não é peciso estar de acordo, mas não terão eles direito às suas ideias?
ResponderEliminarJá somos dois :)
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