.
O INE informou ontem que, após um início de ano algo hesitante, o desemprego entre os palermas voltou a baixar no 2º trimestre, encontrando-se agora nos 3,5%, muito abaixo portanto dos 10,8% que afligem os trabalhadores em geral.
Segundo os economistas contactados, 3,5% nem pode ser considerado propriamente desemprego. "É aquilo a que tecnicamente se chama desemprego friccional", confidenciou-nos um deles, "trata-se de palermas que se despedem de um patrão porque estão certos que a breve termo encontrarão uma ocupação melhor remunerada noutro lugar."
A televisão é o sector que maior número de empregos cria anualmente para palermas, seguida a grande distância pela imprensa escrita.
"O Governo não está consciente da gravidade da situação", acusou o director de programas de um canal que declinou identificar-se, "pura e simplesmente, o sistema de ensino não está a formar palermas em quantidade e qualidade suficientes para fazer face à crescente procura. Os prejuízos são incalculáveis, e ninguém parece preocupar-se com isso".
E acrescentou: "Lamentavelmente, já fomos forçados a contratar gente esperta e sensata para fazer reportagens. É muito desagradável." A situação é ainda mais grave no segmento dos apresentadores de programas, o que segundo a mesma fonte, contribui para inflacionar os salários do escasso número de palermas de grande nível disponíveis no mercado. Felizmente para as televisões, não tem havido nem tampouco se antevêem dificuldades de recrutamento na área do comentário político.
Na imprensa escrita, os palermas mais qualificados ocupam-se a seleccionar as frases do dia. "É um trabalho exaustivo e exigente escolher as melhores de todas as inúmeras palermices que se escrevem diariamente no país, tanto mais que os nossos palermas já estão a trabalhar ao nível do melhor que se faz lá fora. É muito muito muito difícil", disse-nos alguém que se dedica a essa tarefa há mais de uma década.
.
Delicioso !
ResponderEliminarJe dirait même plus: delicioso!
ResponderEliminar