"Infelizmente, a minha expectativa é que esta cimeira do G20 confirme a incapacidade de a actual geração de líderes compreender o que está a acontecer e, como tal, que confirme também a incapacidade dos Governos de actuar da forma radical que a situação efectivamente exige. E temo que, mais uma vez, os países mais pobres e frágeis acabem por ser quem vai suportar o essencial do tremendo custo, económico e social, que esta crise vai provocar, e que ninguém parece querer encarar."
"Por que está cada vez mais claro que não vão sair deste encontro as decisões concretas e radicais de que o mundo precisa. Não vamos ter o investimento massivo que é necessário para ultrapassar esta crise, porque, simplesmente, não há pensamento estratégico. Ninguém parece conseguir descolar-se da “velha escola”. "
"O que está a prevalecer é o velho pensamento e a preocupação com os problemas teóricos e não com os reais. Falta visão estratégica. No Congo, por exemplo, há hoje mais 300 mil desempregados da indústria do cobre, e ninguém parece preocupar-se com a miséria em larguíssima escala que esta crise está a gerar."
"Vamos ter milhões e milhões de desempregados, com consequências gravíssimas em termos de estabilidade social e mesmo institucional. E, não obstante, o que prevalece é a preocupação com a evolução do défice ou da inflação, quando, paradoxalmente, o que temos é risco de deflação na Europa e uma deflação reinstalada no Japão. É muito decepcionante, mas é isso que está a acontecer: o G20 vai concentrar-se em problemas teóricos e esquecer os reais."
"If they can get you asking the wrong questions, they don’t have to worry about answers" Thomas Pynchon
2.4.09
"Não há pensamento estratégico"
Extractos de uma infelizmente premonitória entrevista de Michael Fox, professor da London School of Economics, no Jornal de Negócios de hoje:
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