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Extractos da entrevista de Adriano Moreira publicada no Diário Económico de ontem:
"Neste momento o que está a acontecer é o despertar da sociedade irresponsável. E isso é mais inquietante do que a acção que pode ter o poder, porque há uma espécie de afastamento da sociedade que se manifesta na abstenção."
"A abstenção revela uma demissão da responsabilidade social."
"Este é um fenómeno global, básico: a sociedade deve ser responsabilizada. Ir votar é ser chamado à responsabilidade e a abstenção é uma renúncia a essas responsabilidades."
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Caro Professor
ResponderEliminarTenho 49 anos. Foi a primeira vez, desde que voto, há 31 anos, que decidi conscientemente abster-me. Foi doloroso, acredite. Todo o dia andei inquieto porque queria ir votar mas resisti. Mais: durante 31 anos votei PS. Pela primeira vez, nas próximas eleições, não votarei PS. Nem sei se mais alguma vez na minha vida tornarei a votar PS. Ainda não sei a quem darei o meu voto nas próximas eleições ou se me tornarei a abster. Provavelmente optarei pela segunda hipótese.
Tenho lido curiosas análises sobre os motivos da abstenção. Tenho conversado com outros abstencionistas. Nenhuma das análises que tenho lido tocam no ponto principal que leva alguém à abstenção e isso é o mais grave de tudo.
A resposta à sua pergunta parece-me evidente: o que leva alguém à abstenção é a irresponsabilidade. Só falta explicar por que está a aumentar o número de irresponsáveis.
ResponderEliminarAntónio Parente
ResponderEliminarQual é o ponto principal que o leva à abstenção?
Tenho uma filha de 33 anos que fez 1.200km, ida e volta, para votar em branco. Nas legislativas e autárquicas torná-los-á a fazer para votar PS. Não, não é masoquista, mas só deixará o recenseamento em Paranhos, depois de correr com o Rio do Porto.
ResponderEliminarA abstenção como sinónimo de irresponsabilidade ou de demissão (diferente de renúncia) de responsabilidade? Ou, ainda, como uma forma de "manifestação de vontade"?
ResponderEliminarSão bem conhecidos os argumentos a favor dos votos em branco ou nulos, e os seus impactos na "contabilidade" das eleições, mas não me atrevo a caracterizar como irresponsável a não ida às urnas.
"Anónimo do 1º ao 7º (...)"
Carlos Albuquerque
ResponderEliminarDeixar de acreditar. Nos projectos, nas ideias, na forma como se faz política.
Mas há alguma diferença prática entre votar em branco ou nulo e não votar?
ResponderEliminarTirados os artigos de opinião e uma ou outra chamada de atenção, é o presidente da República que vai tomar uma atitude de voltar a dissolver porque os resultados não foram significaticos?
Serão os políticos, os tais que fazem disso modo de vida e que temem perder o emprego que vão mudar as coisas?
Ou faltará uma crença num novo partido com gente diferente que se apresente e desafie os eleitores?
E se isso suceder quanto vai pesar o estado actual das coisas no sentido de manter tudo na mesma, com os media em geral a ignorar as novas coisas?
Alguém dos media deu relevo aos partidos novos nas últimas eleiçoes?
Cumprimenta e agradece
Rodrigo Abel Santiago
António
ResponderEliminarA política que temos é o resultado do que colectivamente investimos na política.
Quando os projectos que existem nos deixam indiferentes (ou nos desagradam), podemos sempre tentar colaborar na construção de projectos diferentes.
No último ano surgiram dois novos partidos em Portugal: o MMS e o MEP (estou ligado ao MEP).
Já pensou em ver se se identifica com os projectos, as ideias, as formas de fazer política de algum destes novos partidos?
Carlos Albuquerque
ResponderEliminarPor acaso, já. O seu MEP está sob observação.
António
ResponderEliminarObrigado. Se eu puder ser útil diga.
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ResponderEliminarNão seja ciumento, João. Não se acaba um casamento de 30 anos e se cai imediatamente no colo de uma jovem bonita e apetitosa. É preciso fazer um período de transição antes e há sempre a possibilidade das cinzas reacenderem...
ResponderEliminarObrigado, Carlos Albuquerque. Recebo regularmente a newsletter do MEP. Vou estar atento.