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Alguns dizem que o frio português é húmido, por isso mais difícil de suportar. Outros pretendem que as nossas habitações são mal construídas, mal isoladas e mal aquecidas, daí assemelharem-se mais a arcas congeladoras do que a refúgios contra as intempéries.
Do que não há dúvida é que, nos edifícios públicos, nos espaços comerciais, nos cafés, nas passagens subterrâneos e nas estações de comboios somos rotineiramente expostos a correntes de ar árctico.
Entre nós, o frio vem de súbito e vai-se depressa, de maneira que quando finalmente descobrimos os abafos esquecidos num armário recôndito, já não fazem falta. Entretanto, no tempo que medeou entre a busca e a descoberta, batemos o queixo com desespero.
O frio a sério é por cá encarado como uma surpresa inesperada, como se nunca antes tivesse ocorrido em Portugal, como se fosse um fenómeno tão raro que não merecesse ser analisado e resolvido. Não tarda, está aí o Verão...
Escutei nos últimos dias várias teorias que procuram explicar porque padecemos cá mais frio do que na Suécia, mas nenhuma delas me convence.
Cá para mim, o frio português é pior porque é mau.
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27.12.10
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