30.6.06

Língua pátria

As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
E derivado a perigos e guerras esforçados,
Mais do que prometia a força humana,
Os mesmos entre gente remota edificaram
Novo Reino que tanto sublimaram.

Estou farto de explicar...

Vocês não entendem a Alemanha.

A Alemanha não joga bem nem mal: a Alemanha joga.

Às vezes avaria-se - e é tudo.

Manuela, a vencedora

Certos especialistas em tapar o céu com uma peneira deram de há uns tempos a esta parte em procurar minimizar o naufrágio dos dois governos de coligação PSD-PP argumentando que Sócrates está agora a fazer aquilo que, por falta de tempo e de condições políticas, Manuela Ferreira Leite teve que deixar a meio.

Entendo, mas não é verdade.

Em primeiro lugar, Manuela Ferreira Leite foi tão incapaz no Ministério das Finanças como anos antes o fora no da Educação. Em segundo lugar, ela não fez nada porque muito simplesmente não sabia o que fazer. Em terceiro lugar, ela e o seu partido faziam e fazem um diagnóstico errado dos males que afligem o país.

Tornou-se um artigo de fé afirmar que "estamos todos de acordo com o diagnóstico", mas isso não é verdade.

O PSD acha que o problema económico central do país é o défice do Orçamento Geral do Estado e que ele se resolve desmantelando o Estado Social.

Eu acho, e nisso concordo com este Governo, que o principal problema económico do país é o défice da balança de transacções correntes e que ele se resolve criando condições para que as empresas portuguesas sejam mais competitivas.

Há um abismo entre esses dois diagnósticos e essas duas políticas.

Ideologia, precisa-se

O PSD é menos um partido político do que um lugar onde se fazem negócios. Pode-se alegar que o PS e o PP em certa medida também o são, mas a diferença é que o PSD é principalmente isso.

Vai daí, quando está no poder, não tem qualquer dificuldade em definir políticas capazes de darem corpo a essa vocação.

O problema surge quando vai para a oposição e precisa de alinhavar algumas "ideias" - coisa que manifestamente o partido enquanto tal nem tem nem nunca teve - para mobilizar os eleitores.

Não admira, assim, que Pacheco Pereira venha hoje defender no Público que o PSD envergue as vestes liberais para organizar a oposição ao governo.

Permito-me, no entanto apontar dois pequenos inconvenientes. O primeiro é que, não sendo a direita portuguesa liberal, essa bandeira provavelmente revelar-se-á de fraca valia. O segundo, mais essencial, é que, com excepção do PCP, o PSD é o partido menos liberal que temos por cá.

Definitivamente, não diz a gota com a perdigota. Anything goes?

29.6.06

O ilusionista

Só agora tive tempo para ler o artigo de Teodora Cardoso "A Obra de Cavaco Silva, a Ciência Económica e a Política", publicado na Economia Pura de Janeiro/ Fevereiro.

Confesso-me siderado, pois, embora quase tudo o que lá se conta fosse do meu conhecimento, já se me tinham varrido alguns factos mais antigos.

Assim, em 1980, para tentar ajudar o candidato da AD a ganhar as eleições presidenciais, Cavaco Silva valorizou o escudo, conseguindo uma descida instantânea dos preços dos produtos importados. Ao mesmo tempo, proibiu as empresas de energia e transportes de repercutirem nos seus preços os aumentos do petróleo resultantes do segundo choque petrolífero. Para terminar, cancelou parte da dívida pública através da reavaliação da reserva de ouro do Banco de Portugal, inscrita no Orçamento do Estado como receita extraordinária.

Em resultado, a dívida externa disparou para níveis nunca antes alcançados. Mas, como as respectivas estatísticas não foram publicadas durante dois anos, só em 1983 o país tomou conhecimento da gravidade da situação. Entretanto, obviamente, o mago das finanças já se pusera ao fresco.

Que estas coisas se tenham passado e que o seu autor tenha emergido de tais peripécias com a reputação incólume, eis o que só revela o país saloio que eramos e continuamos a ser.

A língua europeia é muito traiçoeira



"Temos busca na língua local", explicou ao Diário Económico Eckard Pfeiffer, Presidente da Accoona, um motor de busca europeu desenvolvido nos EUA.

Mais nos informa que o nome da empresa tem origem numa expressão swahili que significa "não te preocupes, sê feliz".

Assim sendo, daqui envio à Accoona os meus sinceros votos de êxito em terras da Europa. Em Portugal, pelo menos, a notoriedade está garantida.

27.6.06

España me encanta

Eu não posso senão ter a máxima simpatia por um povo ingénuo e bom ao ponto de supor que uma constelação de mediocridades enfeitada por, no máximo, três jogadores de classe mundial, pode genuinamente aspirar a ser campeão do que quer que seja.

Espero que, ao menos, como recomenda o Koeman, tenham "disfrutado" este bocadinho.

PS - Estou esperançado que a FIFA autorize finalmente a Catalunha a ter uma selecção própria, capaz de ombrear com o Luxemburgo e o Lichtenstein.

Assumam-se!

Das três selecções que apareceram neste Mundial a jogar "à inglesa" - Inglaterra, Austrália e Suécia - a que detém os direitos de autor foi a pior. Talvez porque os seus jogadores, tendo já experimentado outra coisa nos seus clubes, estão conscientes de que aquilo não presta - e, por isso mesmo, não conseguem desinibir-se dentro do campo.

O futebol a sério está de volta

A fase de grupos do Mundial foi, de facto, uma coisa de meninas.

Para evitar que a cena descambasse, os holandeses resolveram adoptar o estilo uruguaio. Para os portugueses não fazerem figura de maricas, o Figo, a quem eu desconhecia a inclinação fadista, salvou a honra da pátria enfiando uma cabeçada na fronha de um aniversário.

Argentinos e mexicanos deram no sábado uma lição de fair-play. Vinte e quatro horas depois, duas equipas europeias agrediram-se entusiasticamente durante 96 minutos.

O mundo, não há dúvida, está virado do avesso.

Mundos paralelos

Também podemos ver a coisa desta maneira: se aquela besta holandesa não tivesse lesionado o Cristiano Ronaldo, ele, em vez de meter a bola de primeira para o Deco, teria inventado uma jogada mais complicada. Provavelmente, não teria sido golo.

O que prova que, ao menos desde o último sábado, nós vivemos de facto no melhor dos mundos possíveis.

Última hora

Este blogue colhe hoje mais uma flor (a terceira) no jardim da sua existência.

23.6.06

Antes dos oitavos

1. O Campeonato de Mundo de Futebol é o melhor exemplo do softpower europeu. Durante coisa de um mês a América revela-se como o único país que, de facto, vive à margem da única globalização que verdadeiramente interessa.

2. Sem brilho e sem merdas - assim tem jogado a selecção portuguesa. Por mim, aplaudo.

3. O Ronaldo está gordo e cansado? Dêem-lhe uma cadeirinha para repousar um pouco quando a equipa tiver que recuar no terreno. Tendo em conta a importância no futebol moderno dos defesas laterais - os jogadores mais completos, mais rápidos e mais resistentes que uma equipa deve ter - o grande desafio do Brasil é saber como vão resistir à sobrecarga de jogos os dois veneráveis anciãos de que dispõe para fazer esses dois lugares. Se aguentarem, o campeão estará encontrado.

4. Há muitos anos que a Inglaterra não contava com um lote de futebolistas de tão grande qualidade. Ainda por cima jogam em equipas que competem ao mais alto nível europeu e são orientados por excelentes treinadores estrangeiros (o próprio Alex Ferguson é escocês). Dir-se-ía, pois, que poderiam ser incluidos entre os favoritos. Mas o ambiente de desbunda que invariavelmente rodeia a selecção parece convencê-los de que é chegado o momento de esquecerem tudo o que aprenderam e voltarem a jogar à velha maneira inglesa. Pois não é isso que, afinal, os fãs desejam?

5. Querem convencer-me de que nenhum daqueles jogadores angolanos tem lugar na nossa Primeira Liga? Ora, ora... Reconheçam, pelo menos, que o palanca branca Figueiredo, um jogador prático e inteligente, teria dado muito jeito, digamos, ao Vitória de Guimarães. Mas Portugal, já se sabe, não é uma meritocracia, nem sequer nestas actividades em que os profissionais se exibem à frente de toda a gente. Lembrem-se, por exemplo, de que o Pauleta nunca jogou em Portugal na Primeira Liga. Que o Costinha só foi descoberto depois de ser campeão de França. Que o Giovanni (não, não é este do Benfica...) esteve um ano sentado no banco do Guimarães antes de seguir para o Barça e para a selecção brasileira. Que... Que...

6. Segundo creio, Angola terá sido a única selecção africana suficientemente confiante para se deixar dirigir por um treinador africano. Quero ver nisso um bom sinal.

7. O grande problema que tem a Argentina é que, com poucas excepções, os seus craques não jogam em equipas de topo. Vendo a irregularidade do Riquelme e do Maxi Lopes percebe-se porque é que foram degradados do Barcelona para respectivamente, o Villarreal e o Maiorca. É possível ser-se campeão do mundo com um handicap destes? Duvido.

8. Não posso dizer nada sobre a Espanha: ainda não os vi jogar. Os espanhóis também não viram, por isso estão eufóricos.

9. E a Itália? Sim: e a Itália? Ora, a Itália...

10. Em acabando o futebol, vão ver que regressam os incêndios.

21.6.06

Bom sinal

a

Noto com agrado que em todos os desafios, incluindo naquele que a opôs a Angola, a selecção nacional fez questão de cometer mais faltas do que o seu adversário. Ora isso é mais importante do que o tempo de posse de bola, porque prova que não estamos ali para jogar a feijões.

20.6.06



Rembrandt: Auto-retrato.

19.6.06

Perceber de futebol



Um tipo desprevenido imaginaria que quem percebe de futebol é o Ronaldinho. Mas o Ronaldinho, coitado, só sabe jogar à bola. Perceber mesmo de futebol é outra coisa.

Há tipos que "percebem de futebol" sem serem capazes de chutar à baliza, do mesmo modo que o Maquiavel, cujo desajeitado envolvimento em intrigas palacianas o meteu em grandes assados, "percebia de política", ou o Peter Drucker, que jamais se atreveu sequer a abrir uma mercearia, "percebia de gestão".

Mas o que há afinal de tão transcendente para entender no futebol?

À superfície, um desafio esgota-se ao cabo de 90 minutos (caso não haja prolongamento) e os jornais encarregam-se de lhe redigir o epitáfio no dia seguinte: qual o resultado final, quem marcou os golos, quantos cartões foram mostrados e a quem - e está completa a ficha.

Santa ignorância! Como se um jogo de futebol se deixasse resumir dessa maneira simplista!

Uma partida, mesmo a mais vulgar (digamos, opondo duas equipas de garotos de escola), é demasiado complexa para alguma vez se deixar penetrar completamente no seu significado. E que dizer, então, das jogadas épicas que fizeram época, que decidiram torneios, que desfizeram vidas e reputações?

Por muito que se diga e comente, nunca tudo será dito e comentado sobre aquele minuto mágico em que, já lá vão duas décadas, o Maradona fintou meia equipa inglesa e carinhosamente depositou a bola no fundo da rede adversária.

A verdade última de um jogo permanece oculta, envolta numa irritante reserva que só contribui para excitar ainda mais o engenho interpretativo dos adeptos.

Leibniz achava que a mais ínfima parcela da realidade encerra dentro de si todo o universo. Se isso for verdade, como não conjecturar que o segredo último da vida poderá estar oculto num jogo de futebol? Mas só poderá ser descoberto, evidentemente, por alguém que perceba do assunto.

17.6.06

O que é bom para a General Motors...

Não há muito tempo, a General Motors classificava publicamente a sua fábrica da Azambuja como um modelo de eficiência. Agora, afirma que perde 500 euros por cada carro que lá produz.

Onde está a verdade? Como só a GM está em condições de conhecê-la, a empresa explora a ignorância dos governos dos países onde opera para ir abichando mais um subsídio aqui e acolá.

Longe vão os tempos em que, sob a liderança de Alfred Sloan, a GM moldou a indústria automóvel e inspirou a organização das grandes corporações modernas. De há umas décadas para cá, a GM perde dinheiro a fabricar carros e ganha-o a coleccionar subsídios oferecidos por governos desesperados por criar postos de trabalho. O seu negócio, agora, é outro.

É claro que este jogo chamado "atracção de investimento estrangeiros", praticado por Estados fracos e governos tolos, não é senão uma variante do dilema do prisioneiro, em que cada um, julgando-se mais esperto do que os restantes, apenas concorre para a desgraça de todos.

Os empregos "criados" hoje esfumam-se amanhã. Dantes podia-se esperar que durassem duas décadas; agora, nem isso.

É uma coisa boa que a União Europeia impeça o Estado português de proteger os 1.350 postos de trabalho da fábrica da Azambuja, porque eles nos custam muitos outros empregos mais qualificados.

O dinheiro que no passado o Estado entregou à Auto-Europa para treinar cada trabalhador fabril teria sido suficiente para formar vários engenheiros no Instituto Superior Técnico.

É esta a escolha que temos que fazer: queremos investir na criação de empregos efémeros para operários montadores, ou na preparação de engenheiros que permitirão às nossas empresas subirem na cadeia de valor e, do mesmo passo, criarem empregos mais qualificados?

PS - Estão indignados com o comportamento da GM? Um conselho: não comprem carros Opel. Ainda se eles tivessem alguma coisa que os das outras marcas não têm...

16.6.06

O Estado são eles

Dizer-se que "o Estado somos todos nós" é um absurdo. Nós somos o povo, o país ou, se quiserem, a nação - nunca o Estado.

Eis, porém, que o próprio Presidente da República, ou seja, o Chefe do Estado, adoptou esse pensamento profundo e também ele veio afirmar publicamente no 10 de Junho que "o Estado somos todos nós".

Por outras palavras, o Estado são vocês, não são eles. Se o país for mal governado, se os tribunais não funcionarem, se a corrupção grassar, o problema é vosso, não deles.

É claro que, em última análise e a longo prazo, um país é aquilo que o povo que o habita consegue fazer dele. Com maior ou menor meiguice, os regimes e os governos que não servem podem ser derrubados e substituídos por outros.

Acontece que a democracia representativa é o regime que se inventou para resolver esses problemas sem andar tudo à pancada. Simplificando: a gente debate, a gente vota, e os representantes eleitos tratam dos problemas.

Por conseguinte, é batota esses representantes eleitos virem declarar, depois de entronizados, que nos incumbe a nós resolver os problemas porque "o Estado somos todos nós". Engano, puro engano: o Estado são eles.

Pode-se imaginar maior exemplo de fuga às responsabilidades do que a primeira figura da hierarquia do Estado português vir comunicar-nos, por outras palavras, que não devemos contar com ele para nada?

15.6.06

Catilinárias



O povo ingénuo necessita que alguém o ensine a distinguir entre o bem e o mal.

Essa função, dantes a cargo dos padres, compete agora aos repórteres de exteriores da televisão, cujas inflamadas prédicas nos iluminam diariamente sobre o que está certo e o que está errado em matéria de ecologia, poupança, educação, investigação científica, paz mundial e o mais que venha a calhar.

É claro que com esta troca ficámos todos a perder. Não digo que todos os sacerdotes fossem senhores de uma sólida formação moral; mas, ao menos, um passável conhecimento da língua inibia-os de proferirem tantas calinadas, para além de que se limitavam a um sermão por semana.

14.6.06

O excepcionalismo alemão



Se a bola for passada com rigor para o lugar certo e aparecer lá no momento oportuno alguém capaz de pontapeá-la com força e pontaria, é muito provável que aconteça um golo.

Só precisa de inventar jogadas novas quem não tem competência para executar com perfeição as antigas.

Esta é, em suma, a filosofia alemã do futebol, a que, imune às modas e aos dichotes depreciativos, aquela grande nação permanece fiel.

Não quero com isso dizer que o futebol alemão é o espelho da "alma alemã", mas digo que ele corresponde sem dúvida a uma forma possível de se ser alemão.

A Alemanha adoptou este estilo em parte por razões ideológicas, em parte por razões práticas - não porque os alemães sejam naturalmente "disciplinados" e "carentes de imaginação".

Apesar de viverem permanentemente deprimidos com o comportamento da sua selecção, os alemães não vão mudar.

Por um lado, eles assimilaram os preconceitos que os outros povos propagam em relação aos alemães, pelo que acreditam sinceramente que não são capazes de fazer outra coisa. Por outro lado, constatam que, diga-se o que se disser, o sistema afinal até funciona!

11.6.06

Confesso que me tinha em melhor conta

Antes que me esqueça

O mínimo que se pode dizer da decisão de Manuel Pinho no caso das auto-estradas é que a sua fundamentação é de uma extrema fragilidade.

Mas parece-me um erro, como faz o Paulo Gorjão, incitar Abel Mateus a demitir-se.

A regulação da concorrência é uma das poucas áreas decisivas em que de facto se progrediu significativamente nos últimos anos. E isso sucedeu em grande parte devido a Abel Mateus, que tem vindo a revelar-se o homem certo no lugar certo.

Tendo em conta o track-record do PS em matéria de conúbio com os grandes interesses económicos, o mais provável é que a saída de Abel Mateus se saldasse por um recuo acentuado numa área muito mais decisiva para o desenvolvimento da economia portuguesa do que o equilíbrio das contas públicas.

Mas, é claro, o caso poderá mudar de figura se o Ministro da Economia persistir em intervenções similares...

Propaganda

Precisei de abrir o El País de hoje para encontrar esta declaração de Delgado, defesa da selecção de Angola: "Contra Portugal haverá mais do que paixão, porque nos colonizaram durante muitos, muitos anos. A vitória significaria muito para a nossa gente."

Alguma semelhança com os inflamados hinos à imorredoura amizade entre portugueses e angolanos por cá se leram e ouviram nos últimos dias? De onde virá esta persistente necessidade de nos iludirmos a nós próprios sobre a realidade do nosso passado histórico?

Novas profissões

Um articulista que escreve n'O Público de hoje identifica-se como "analista de futebol". Se isso é mesmo uma profissão, não percebo como é que pode haver desempregados em Portugal.

Sinais de progresso



A prova de que a globalização traz benefícios para todo o mundo vê-se no facto de, agora, até os jogadores argentinos, com a única excepção de Sorín, apresentarem cortes de cabelo decentes.

Milagre contemporâneo



Ano após ano, vendem-se em Portugal menos automóveis per capita do que nos restantes países europeus. No entanto, por uma espécie de milagre da multiplicação dos pães, parece que as famílias portuguesas são as que possuem mais carros.

É necessária uma dose considerável de ignorância ou preconceito ideológico para acreditar em estatísticas destas.