Deveria ser uma vergonha absoluta para uma universidade de economia associar-se a iniciativas demagógicas sem qualquer sustentação séria como a comemoração do chamado "dia da libertação dos impostos".
É fácil perceber-se a eficácia propagandística da coisa falando com os cidadãos comuns (ou mesmo com alguns não tão comuns), os quais imaginam que o grosso dos impostos serve para pagar os salários dos políticos, ou, no melhor dos casos, os dos funcionários públicos.
E que tal se a Universidade Nova passasse a assinalar também o "dia da libertação do Serviço Nacional de Saúde", o "dia da libertação da educação", o "dia da libertação dos tribunais", o "dia da libertação das infraestruturas de transportes e comunicações" e o "dia da libertação da segurança pública"? Talvez fosse mais educativo, não?
Outra ideia: registar o "dia da libertação do crédito imobiliário", o "dia da libertação do retalho alimentar" e o "dia da libertação da água, do gás e da electricidade".
Sabem onde é que o "dia da libertação dos impostos ocorre mais cedo"? É em países como o Gana, o Afeganistão e o Bangladesh. Pois.
As universidades deveriam ser centro de difusão do conhecimento, mas a Faculdade de Economia da Universidade Nova prefere irradiar obscurantismo ao serviços de interesses obscuros.
2 comentários:
Caro João Castro:
Parece que terá lido o artigo na diagonal, ou talvez, apenas o título. Perceba bem a contextualização do tema e reflicta sobre o que são custas judiciais e, já agora, quantifique o custo de ineficiência do funcionamento dos Tribunais. Também vai sendo tempo de pensar antes de incendiar por incendiar.
Este comentário não vem a propósito de nada, mas se calhar é essa a ideia.
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