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Certos jornalistas provincianos gostam de citar determinada empresa,
marca ou projeto português como sendo "caso de estudo" nesta ou naquela
universidade de renome, querendo com isso dizer que são recomendados
como exemplo de boas práticas a seguir em todo o mundo.
Assim, de repente, lembro-me do papel higiénico preto da Renova e das redes elétricas inteligentes da EDP.
Mas
caso de estudo não significa caso exemplar. Entendamo-nos: caso de
estudo (ou estudo de caso) é o nome que se dá a uma metodologia de
investigação de ampla utilização nas ciências sociais (aliás, uma das
mais difíceis e exigentes).
Certos casos de estudo são
preparados tendo em vista o seu potencial pedagógico, designadamente em
cursos de gestão. A sua utilidade consiste em familiarizar os estudantes
com o tipo de problemas e decisões com que os gestores são confrontados
na vida real, não em levá-los a admirar estas ou aquelas opções de
gestão.
Para que esse intuito fique bem claro, é uso o
caso ser acompanhado de uma advertência, de que é exemplo esta usada em
Harvard: "This case is intended as a basis for class discussion rather
than to illustrate either effective or ineffective handling of a
business situation".
Assim, se o INSEAD constrói um caso em torno do papel higiénico preto da Renova, isso não significa de modo algum que recomende a estratégia da empresa portuguesa. Entendidos?
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3.9.12
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1 comentário:
Inteligentes palavras, mas incompreensíveis para a generalidade da classe jornalística portuguesa que falha, desde logo, no seu limitado conhecimento da língua inglesa e continua na sua crescente busca pela cópia perfeita do formato americano.
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