6.8.10

Todo o poder ao Soviete do Ministério Público?

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Numa democracia representativa, o poder está nas mãos dos representantes eleitos pelo voto popular ou de quem eles nomeiam para esse efeito.
Ao contrário do que afirma o PGR, o Sindicato dos Magistrados do Ministério Público não age como um partido em defesa dos projectos pessoais de algumas pessoas. Apropria-se indevidamente de um poder que a lei não lhe confere e que exerce em proveito não se sabe bem de quem ou de quê.
Beneficiando da cumplicidade de dirigentes políticos coniventes ou imbecis e de jornalistas sem princípios, o Soviete do Ministério Público logrou com êxito politizar a justiça, interferir publicamente no curso das investigações judiciais, ditar a agenda mediática, influenciar o combate político, condicionar os resultados eleitorais e, por consequência, intrometer-se na formação de maiorias governamentais.
Todas estas actividades, cuja gravidade não pode escapar ao mais apalermado dos observadores, ocorrem há anos em plena luz do dia e beneficiando de total impunidade.
Agora, que a guerra aberta está declarada no interior da PGR, é impossível adiar por mais tempo a solução do problema.
Por razões compreensíveis, quase todos os políticos temem ser vítimas das manigâncias do Soviete do Ministério Público; mas, a bem da defesa do regime democrático, chegou a hora de agir, pondo cobro aos desmandos perpetrados por uma pequena clique que mantém o país refém dos seus caprichos (chamemos-lhes assim).
Ou nós ou eles.
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1 comentário:

MFerrer disse...

Há dias escrevi isto:
Talvez um dia conheçamos as verdadeiras motivações para tamanhos ódios e absoluta confissão de falta de isenção dos Srs. Procuradores que colocaram nos jornais, depois de terem encerrado o Processo, as perguntas que dizem agora queriam ter colocado a Sócrates e que durante dois anos da sua "direcção" não se lembraram de concretizar.
Trata-se da forma mais vil, mais premeditada e anti-democrát6ica de tratar qualquer cidadão, retirando-lhe a possibilidade de se defender.
Isto é anti-constitucional, isto é contra qualquer ideia básica sobre a presunção de inocência e tem os contornos de um verdadeiro auto-de-fé medieval!
Pobre país que suporta esta classe de magistrados!