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Volta, não volta, somos informados de que a classe média está reduzida à sopa dos pobres e deixou de pagar a prestação da casa.
Alternativamente, uma narrativa igualmente popular denuncia o embarque de resmas de portugueses rumo às Caraíbas em tempo de Páscoa para demonstrar que a crise não passa, afinal, de uma treta.
Se os factos tivessem alguma relevância, saber-se-ia que metade dos portugueses passa as suas férias em casa, e que metade da outra metade é acolhida em residências de familiares - que é como quem diz: vai à terra. Dos que sobram, um ínfima minoria (porém suficiente para encher alguns aviões) faz férias no estrangeiro.
Por outro lado, quem tem dificuldade em pagar os empréstimos à habitação não é genericamente a "classe média", mas aquelas famílias em que uma ou mais pessoas foram vítimas do desemprego de longa duração.
Durante as recessões, a generalidade dos cidadãos prossegue nos seus hábitos sem grandes alterações, adiando porém compras que não têm urgência, tais como um carro novo ou roupas supérfluas.
Por outro lado, o facto de existir uma crise não significa que algumas pessoas não possam viver melhor. Uma crise não é uma situação em que toda a gente vive pior: é uma circunstância em que há mais gente a viver pior do que gente a viver melhor.
O resto, são histórias da carochinha.
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20.4.11
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1 comentário:
Assim é que agente se entende, pão pão queijo queijo.Faltava alguém dizer o que diz aqui. Nem mais!
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