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Qualquer apreciação rigorosa do José Mourinho deve ser capaz de distinguir duas realidades:
1. O Mourinho é um génio do futebol
2. O Mourinho é má pessoa
Assente a distinção, convém de imediato relativizá-la, pois a qualidade de psicopata que torna a pessoa odiosa não é inteiramente separável da obsessão que contribui para fazer dela uma personalidade superior na sua atividade profissional.
É mais fácil ser-se bom numa coisa quando não se pensa em mais nada, quando se aposta a vida numa definição estreita de sucesso, quando se está literalmente disposto a tudo para não perder.
Vale aqui recordar a afirmação do Dr. Johnson sobre o modo como o terror de que algo de horrível suceda contribui muito para a concentração de espírito.
Isto acontece em muitos outros domínios que não apenas o futebol. A fixação exclusiva e doentia num objeto de desejo não é condição sine qua non da excelência, mas ajuda bastante.
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