20.7.10

A Alemanha, essa desconhecida

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Um artigo de Hans Werner Sinn, publicado no Jornal de Negócios de hoje, revela-nos uma fascinante versão alemã sobre o que se passou no dia 9 de Maio nos bastidores da União Europeia, nesse fatídico fim de semana em que a ingénua Angela Merkel, que incapaz de resistir à tentação de assistir a uma deslumbrante parada militar em Moscovo, foi fintada pelo perverso Sarkozy:
"Dado que as medidas de resgate, além do pacote de ajuda previamente negociado para a Grécia, não estavam na agenda da reunião de Bruxelas, a chanceler alemã, Angela Merkel pensou que podia viajar tranquilamente para Moscovo para assistir às celebrações do fim da II Guerra Mundial - ao contrário de Sarkozy que declinou o convite do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin. Pior, o líder da delegação alemã à reunião da União Europeia ficou doente e teve que ser levado para ao hospital assim que chegou a Bruxelas. Isto deixou a delegação alemã sem direcção.

"Sarkozy aproveitou a oportunidade e surpreendeu a Alemanha ao proclamar uma crise sistémica do euro. O presidente francês pediu enormes quantidades de dinheiro e, segundo informou o primeiro-ministro espanhol, José Luís Zapatero, ameaçou retirar a França do euro e quebrar a aliança franco-alemã se a Alemanha decidisse não disponibilizar o dinheiro. Depois de apenas dois dias de negociações, a cláusula de não resgate do Tratado de Maastricht, condição imposta pela Alemanha para abdicar do marco alemão, estava morta. O "Clube Med", como os alemães chamam aos países do sul da Europa, tinham-se apoderado da Europa."
Digam-me lá se isto tem alguma semelhança com as narrativas que se contam do lado de cá da cortina dos media que aparentemente divide a Europa? Como poderemos nestas circunstâncias admirar-nos de que não exista uma opinião pública europeia?
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