15.3.11

Como me tornei monja

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Quando a família se muda para a cidade, o pai leva a sua ansiosa filhiNha a provar o primeiro gelado. Em vez do aguardado encanto, porém, a reação da menina é o vómito e a rejeição.

A partir daí, uma inesperada mas lógica cadeia de acontecimentos produz dramas em catadupa. Contar nem que fosse um bocadinho da história estragaria o prazer ao futuro leitor, de modo que ficarei por aqui.

Aira introduz no relato desde o início um elemento que constantemente perturba e agita o entendimento do que estamos a ler: estranhamente, o narrador infantil umas vezes é menino, outras menina. O constante desafio à estabilidade percetual do leitor é, de resto, um recurso que Aira utiliza com mestria, de surpresa em surpresa até, literalmente, à última linha.

Por que se tornou afinal aquela criança monja? Essa é uma questão que fica ao nosso cargo resolver.

Bom material, esta curta novela - a primeira que li deste autor.
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