Escreve Helena Garrido no Negócios:
Durante demasiado tempo, o poder foi cúmplice do sector financeiro - aqui, como no resto da Europa - e esteve totalmente capturado por ele. Esteve ou está? A resolução efectiva da crise financeira em que mergulhou o mundo ocidental depende, de forma determinante, da capacidade que os Estados tiverem de recuperar o poder sobre o sistema financeiro. Se não o fizerem, outra crise chegará.É verdade que os timings de recapitalização que a UE está a impor à banca são mais uma manifestação de euro-estupidez que, neste momento, só contribui para apertar mais o crédito e agravar a recessão.
Os banqueiros portugueses sabem bem que o Estado, e especialmente este Governo, quer tudo menos nacionalizar os bancos. Ironia das ironias, esta acusação cair sobre Pedro Passos Coelho, que até já defendeu a privatização da CGD.
Acusar o Governo de intenções que são absurdas apenas nos faz suspeitar de que a banca portuguesa estava muito mal-habituada, que viveu num regime de "quero, posso e mando". Hoje é diferente. Não há dinheiro. E quem é pobre não pode ser mal-agradecido.
Mas não é bonito nem inteligente os nossos banqueiros tentarem por-se de fora das dificuldades do país pedindo privilégios que mais ninguém tem. Esperava-se que tivessem aprendido alguma coisa com a história, mas parece que ainda não foi desta.
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1 comentário:
Caro João Pinto e Castro,
Fui eu que percebi mal, ou os Bancos, na célebre carta enviada a Bruxelas, invocaram mesmo as suas "liberdades, direitos e garantias"?
Paulo Lopes
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