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Não é comum pensarmos na Grécia como um país do Leste, mas é isso que ela é: não um país eslavo como quase todos os restantes; mas, sem dúvida, um país de Leste.
Durante décadas foi, de resto, o único país não-comunista do leste europeu, resgatado in extremis por uma intervenção militar britânica que retirou o poder aos comunistas que haviam logrado vencer e expulsar o ocupante nazi.
Entende-se por isso que, durante décadas, a Grécia, um enclave numa região controlada pelo inimigo, ainda por cima situado às portas do Próximo Oriente, fosse encarada como um precioso ativo estratégico do Ocidente, alvo de invulgar desvelo nos planos militar e financeiro.
A Grécia teve por muito tempo um tratamento de favor, patente inclusive na rapidez com que foi acolhida na CEE, cinco anos antes dos estados ibéricos incomparavelmente mais qualificados que ela para a adesão.
Na UE, o mau comportamento da Grécia foi sempre notavelmente tolerado. A tal ponto que os próprios gregos se terão esquecido da razão do tratamento de favor de que desfrutavam, anacrónico pelo menos desde que ruiu com fragor o muro de Berlim.
No mundo contemporâneo, porém, a Grécia pouco mais conta para os desígnios estratégicos dos EUA e da Europa do que o pitoresco Montenegro. Dela hoje apenas se espera que cuide da Acrópole e que não chateie.
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20.2.12
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