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Há quem entenda que, desagradando o acordo ortográfico a Vasco Graça Moura, está ele no seu pleno direito de proibir que seja adotado no CCB.
A primeira coisa a notar é que nenhum cidadão é interdito, na sua vida pessoal, de utilizar a ortografia que entender. Ninguém vai preso pur iscreber cômo lhap tesse.
Já o caso é diferente no contexto de instituições às quais cabe ensinar a norma do português escrito, tais como as escolas e as editoras escolares. Ou outras organizações de que são exemplo museus ou centros culturais. Acredito que não será preciso fazer um desenho para se perceber porquê.
A atitude de Graça Moura revela, desde logo, falta de profissionalismo e ausência de perfil para dirigir uma instituição com as responsabilidades do CCB.
Ele foi nomeado para cumprir uma tarefa, não para promover as suas idiossincrasias pessoais. Tem o direito de conservar tanto as ideias próprias como a ausência delas, mas não de se valer do cargo que ocupa para impô-las contra tudo e contra todos.
Gente prepotente e mal-educada beneficia entre nós de uma surpreendente tolerância. O anterior governo também colocou uma mão cheia desses exemplares em lugares de responsabilidade, com a consequente desmoralização dos subordinados e paralisia das instituições.
Graça Moura pertence a essa categoria de figurões que tem que perfumar-se muito para disfarçar o fedor da grosseria.
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3.2.12
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2 comentários:
Nem mais...
"É lástima ter que dar satisfacções sôbre orthographia: a ninguem mais succede isto senão a nós, (...). Eu cuido que em Portuguez não temos já opção sobre systemas de orthographia: a ethymologia modificada pela pronúncia, é o mesmo que seguem as mais illustradas nações da Europa". Almeida Garrett, Da Educação (1829)
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