Toda a história de Portugal é, segundo alguns místicos, um mistério só decifrável por quem consegue ler directamente na mente de Deus.
Um mistério particular da nossa existência colectiva é a atenção concedida às emaranhadas elocubrações de um tonto como Vasco Pulido Valente, que se contradiz constantemente no afã de se proclamar mais esperto e original do que o vulgar povoléu.
Não estou em condições de propor uma explicação que me satisfaça inteiramente para tão estranho fenómeno. Mas conjecturo que talvez o esmagador peso do analfabetismo nos incline ao embasbacamento perante alguém que consegue expor os seus pensamentos numa prosa viva e agressiva, coisa rara num país em que até os escritores profissionais escrevem no estilo rebuscado dos amanuenses.
Como paga pela destreza no uso da língua, perdoamos-lhe a insensatez e o absurdo dos propósitos.
Enfim, é uma hipótese...
16.11.05
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