Em matéria de futebol, eu cá sou legitimista. Quero dizer com isso que, no conflito entre sócios e accionistas, estou com os primeiros.
Por isso, como qualquer bom adepto do United, desejei a derrota dos Glazer, apesar de isso implicar a vitória do Benfica.
Os oitavos de final pareciam mais simples, porque eu sou adepto do Liverpool. Mas a triste figura dos reds na Luz deixou-me sem disposição para sofrer por eles. OK, mal por mal, que passe então o Benfica...
E eis que, de milagre em milagre, depois daquele incrível jogo de há quinze dias atrás, chegamos ao fatal dia de hoje. O Inter e o Barcelona são os clubes que maior repulsa me suscitam em todo o mundo. O Barça, em particular, é aquela coisa patética que, apesar de gastar anualmente fortunas na compra de jogadores, só tem, bem vistas as coisas, um palmarés internacional ridículo para apresentar.
Os Barcas, fundadores da cidade de Barcelona, comandavam um exército de mercenários. O clube de futebol que, vinte séculos volvidos, naquelas terras desabrochou, usa os mesmos métodos. Paga, e, só por isso, acha-se com direito a exigir vitórias. Mas os bons jogadores não param por lá muito tempo, porque a relação que o clube com eles mantém é puramente interesseira. Falta ao Barça em dedicação e espírito de corpo aquilo que lhe sobra em empáfia.
Depois, há aquele malfadado nacionalismo catalão de que o clube é o primeiro emblema. Ora, se o nacionalismo em geral me desagrada, o catalão, o mais oportunista de todos, cujo único intuito consiste em evitar que o dinheiro dos impostos que por lá se pagam sirva para apoiar as regiões mais pobres de Espanha, esse enoja-me sem remissão.
Em 1960, após cinco anos de triunfos madrilenos, o Barcelona chegou à final europeia de peitinho feito para atenuar o ressentimento acumulado com os êxitos do seu rival. Saiu-lhe ao caminho o Benfica, pelo qual, tal como hoje, ninguém dava nada.
Lembra-me alguém de boa memória que, nesse dia fatídico, só o árbitro, inspirado pelo Altíssimo, vislumbrou o golo decisivo que deu a vitória ao Benfica. Historiadores e arqueólogos têm passado repetidamente o filme ao longo destes 36 anos, e a conclusão é sempre a mesma: não, a bola de facto não entrou. Já nessa época, como se vê, os encarnados tinham muita razão de queixa das arbitragens.
Com estes antecedentes, os da Catalunha deveriam estar prevenidos. Que novo desastre de inspiração divina lhes estará reservado para hoje à noite?
5.4.06
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