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Toda a gente tem professores na família, pelo que entende muito bem o que está em causa no presente conflito. Mas os professores parecem não conhecer nenhum habitante do mundo real, de outro modo evitariam queixar-se perante as câmeras de chegarem a trabalhar 45 horas numa semana.
Dir-se-ia que viviam num mundo idílico ao abrigo das agruras da vida até ao dia em que a actual ministra instituíu as aulas de substituição e determinou a obrigatoriedade da avaliação. Quanto mais falam, mais se enterram, e o curioso é que, embalados pelos incitamentos de alguma opinião publicada, nem sequer se apercebem da figura que fazem.
O que a última sondagem às intenções de votos dos portugueses revela é que, afinal, tirando os repórteres da televisão, pouca gente se entusiasma com as razões dos professores e muita espera que o governo não ceda perante a fúria do motim. Bela lição.
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3 comentários:
Nem mais!
Assim é, de facto. Para quem, como nós, dá o litro, os queixumes deles indispõem-me.
Manuel
Ó senhores, desconfio que nem uma semana aguentariam na maior parte das escolas! O sr. Manuel dá o litro a fazer o quê?
Sabem do que estão a falar quando falam de substituições?
Há uma coisa chamada permuta que todos os professores aplaudiram. Aliás alguns nas escolas podiam fazê-las e outros não. Agora podemos todos e isso é bom. Porque somos pessoas e temos problemas iguais aos de toda a gente - a festa na escola do filho, a visita ao familiar hospitalizado longe. Dantes teríamos de faltar (para os senhores não se punha este problema) agora permutamos e não temos falta nem os alunos ficam sem as suas aulas.
Mas isto são as permutas. As "substituições"que os alunos recusam e que geram indisciplina são outras. E basta pensar um pouco para perceber que não são coisa boa. Há quarenta e tal anos, quando se lembravam de as fazer também eu as recusava. Um professor inesperadamente falta e um qualquer outro (geralmente um dos mais velhos) é atirado para a turma. É mal recebido e não conhece os alunos para gerir com serenidade e sabedoria a situação. O resultado é péssimo não só para aquela "aula" mas para as que se lhe seguem e para a cabeça dos alunos. Da cabeça do professor, que tem depois que estar em plena força para as suas próprias aulas, nem vale a pena falar.
E fiquem com o nome destas coisas "actividades de acompanhamento educativo". Nem mais.
Descrevo no meu blogue algumas cenas de "substituição" num ano em que as permutas não estavam definidas e valeu tudo menos tirar olhos.Se tiverem tempo e paciência...
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