13.12.05

Uma teoria inútil?

As campanhas eleitorais são por regra conduzidas no pressuposto de que é preciso convencer os eleitores da excelência do nosso candidato. Mais precisamente: não todos os eleitores, mas apenas os indecisos.

Ora, por razões complexas, eu acredito que os verdadeiros indecisos não votam, tal como acredito que é tempo perdido convencê-los a votar.

Quanto aos numerosos cidadãos que nas sondagens se declaram "indecisos", trata-se na verdade de pessoas que - seja por vergonha, por medo, ou por outro motivo - não querem revelar a sua intenção de voto.

Assim sendo, os debates não convencem as pessoas a votar neste ou naquele candidato porque, como seria de esperar, elas já terão definido a sua posição há muito tempo. Quando muito, poderão convencê-las a revelar a sua inclinação.

Admito, porém, que uma ínfima minoria de pessoas genuinamente indecisa acabará por votar. Normalmente, essas pessoas votarão em quem acharem que vai ganhar. Não votam, pois, por convicção, mas apenas para terem a satisfação de estar do lado vencedor.

Quando uma eleição está muita apertada, elas acabam por desempenhar um papel decisivo.

Que concluír? Que, embora em teoria a persuasão desempenhe um papel marginal numa campanha, na prática não resta outra alternativa senão tentar...

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