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"If they can get you asking the wrong questions, they don’t have to worry about answers" Thomas Pynchon
Alguns dos meus maiores sucessos literários assentam infelizmente em torpes mal-entendidos.
Foi assim que um aspirante a nazi me endereçou há pouco um email gabando a "coragem" de um artigo onde ironicamente me colocava na posição de um adversário da democracia que via no actual curso da política económica europeia a oportunidade ideal para liquidar de vez a soberania popular.
Mais recentemente, um anti-ateu criticou o meu post "Teoria e prática da religião" por ele alegadamente revelar uma concepção de Deus filosoficamente desactualizada.
Certas pessoas acreditam que a única razão válida para alguém escrever num blogue é o desejo de transmitir a Verdade à multidão.
Mas há quem escreva apenas para matar o tempo, para se divertir, para ser apreciado ou detestado, para irritar alguém, para descobrir o que pensa, para testar certas ideias, para ridiculizar outras ou, mesmo, para desafiar os pedantes a sairem da toca.
O Maradona acha que toda esta crise da Wikileaks se evitaria se a administração dos EUA tivessem mais cuidado a proteger a informação à sua guarda.
Pois é, e eu acho que o Sporting não teria sido eliminado da Taça se revelasse maior segurança no passe.
O JJ Amarante ensaiou uma estimativa do impacto da greve geral do passado dia 24 através de uma análise da variação do consumo de electricidade:
"Neste caso [a quebra do consumo de electricidade] foi um pouco mais de 10% (3,5GWh de quebra para uma diferença de 30GWh entre o dia da greve e o Domingo mais próximo). Claro que é abusivo inferir desta redução de 10% que a adesão à greve foi de 10%, porque a realidade é muito mais complexa do que o consumo diário de energia eléctrica. Mas dá uma medida de alguma modéstia do impacto desta greve na actividade produtiva típica de um dia útil."
O método tem as suas limitações, mas é vastamente superior ao olhómetro. Não há para aí algum jornal que queira pegar no assunto?