7.9.11

Não faz sentido desprezar as pequenas poupanças

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Considerando as coisas com frieza, não há razão para nos sentirmos surpreendidos com a política financeira do presente governo.

As promessas de controlo orçamental sem dor não passavam de evidente música celestial só passível de enganar quem quisesse ser enganado. Chegada a hora da verdade, é evidente que o aumento das receitas é muito mais rápido e fácil do que a redução das despesas, sobretudo se se pretender poupar a sério e não só a fingir.

Os partidos da coligação devem ser criticados por terem ludibriado os eleitores, não por terem metido na gaveta os tresloucados planos de cortes das ditas gorduras do estado.

É claro que há colossais desperdícios e mesmo roubos no Estado português. Mas, se fosse fácil eliminar os primeiros e punir os segundos, isso já há muito teria sido feito.

Cortar custos com critério exige pensamento estratégico e análise fina das situações, caso contrário os serviços prestados ao público degradar-se-ão, as ineficiências manter-se-ão e, mais tarde ou mais cedo, os custos regressarão pela porta das traseiras.

Reduzir custos a sério é uma tarefa de todos os dias. Não devemos, por isso, rir-nos de um corte de um milhão aqui e outro acolá sob pretexto de que são insignificantes, antes perguntar-nos se se integram numa visão consistente e sustentável ou se não passam antes de fogachos destinados a impressionar a opinião pública menos informada.
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