27.4.12

Quanto pior, melhor

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Parece confirmar-se que a nossa única esperança reside numa rápida e dramática deterioração da situação económica na UE, capaz de provocar uma inversão de cento oitenta graus nas políticas até agora seguidas.
Esta minha opinião parece estar a ganhar cada vez mais apoiantes. Senão, reparem: Portugal mergulha numa recessão cada vez mais profunda, sem esperança de crescimento à vista; o desemprego prossegue a sua escalada imparável; finalmente, o défice não baixa e o endividamento cresce.
Apesar disso, os juros da nossa dívida descem no mercado secundário em contraste com os das dívidas espanhola e italiana, que crescem.
Como racionalizar esta evolução?
Parece-me óbvio: sendo inadmissível o incumprimento da Espanha e, ao mesmo tempo, impossível socorrê-la (dada a escassez de fundos disponíveis no FEEF), não resta outra solução senão a cedência da Alemanha e a intervenção mais directa e decidida do BCE em apoio aos países membros.
Nessas circunstâncias, Portugal e a Irlanda deixarão também de ser um problema. Já a Grécia permanece um caso distinto.
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