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Quando os bancos gregos, irlandeses e portugueses enfrentaram
dificuldades era preciso protegê-los porque deviam muito dinheiro a
bancos alemães, franceses e austríacos.
Idem, pelas mesmíssimas razões, quando a crise ameaçou de insolvência alguns bancos italianos e espanhóis.
Quando
os bancos alemães, franceses e austríacos reduziram significativamente a
sua exposição à Grécia, avançou-se para um perdão de cerca de metade da
dívida soberana grega, porque isso já não os afectaria.
No
mesmíssimo dia em que isso foi decidido, a banca cipriota, muito exposta
à dívida grega, ficou automaticamente insolvente apesar de,
curiosamente, ter passado todos os stress tests anteriormente
realizados.
O pedido de resgate de Chipres esperou quase 9 meses por uma resposta da UE.
Quando
finalmente chegou, o bail-out passara a bail-in: em vez de uma
penalização dos devedores, propunha-se uma penalização dos credores.
Alguns
ingénuos saudaram esta inovação como uma mudança de política no sentido
certo. Afinal, não é justo que o custo do reajustamento recaia
inteiramente sobre os devedores, quando os credores são tão ou mais
responsáveis.
Há aqui um completo equívoco, pois, na verdade, não ocorreu nenhuma mudança de política.
A
política permanece inalterável, e pode ser assim caracterizada: quando a
situação ameaça directamente os bancos do centro, os devedores são
penalizados; quando a situação não ameaça directamente os bancos do
centro, os credores são penalizados, pois assim os países do centro não
terão que garantir o financiamento de emergência e o BCE não assumirá
encargos adicionais.
Entendido?
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29.3.13
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