Se o PP não apresentar um candidato às próximas eleições presidenciais, corre o risco de desaparecer da cena política e, por conseguinte, ser condenado à irrelevância nos próximos anos.
Por outro lado, se o PP apresentar um candidato às próximas eleições presidenciais, corre o risco de ser cilindrado e, por conseguinte, ser condenado à irrelevância nos próximos anos.
Damned if you do, damned if you don't.
Que fazer?
Para provar que o PSD não pode fazer nada sem ele, o PP não precisa de ter um bom resultado. Basta-lhe impedir que Cavaco o tenha, designadamente na primeira volta. Ora, para lograr esse propósito, tirar-lhe 3% dos votos é absolutamente suficiente para estragar-lhe a vida.
Depois, na segunda volta, logo se verá...
O problema é que, mesmo assim, o mais provável é que Cavaco ganhe na segunda volta. Ora, nessas circunstâncias, com Cavaco em Belém durante 10 anos a tutelar o PSD, o PP pode dizer adeus a qualquer nova grande coligação à direita num horizonte longo.
A questão, porém, é que o mesmo acontecerá se Cavaco ganhar e o PP não apresentar candidato. De Cavaco, o PP não pode esperar nada. Quer apresente candidato, quer prescinda de o fazer.
Logo, apresentar candidato é uma estratégia recomendável para o PP, dado que, faça o que fizer, nunca poderá contar com a benevolência de Cavaco.
Conclui-se, então, que o PP pode fazer uma de duas coisas:
a) Apresentar um candidato que, ao contrário de Cavaco, proponha abertamente a mudança do regime.
b) Usar a ameaça de apresentar candidato para conseguir posições de destaque na candidatura de Cavaco.
A alternativa b) tem, porém, dois grandes inconvenientes. Primeiro, como se sabe, Cavaco não cede a pressões... Segundo, uma candidatura com um peso significativo do PP desloca-se para a direita e faz Cavaco perder votos.
11.10.05
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