17.12.08

O Príncipe e o pobre

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Cruzo-me na Avenida da República com um homem de rosto encovado, barba por fazer, sorrio desdentado. O boné e o blusão, muito coçados, a custo permitem adivinhar a original cor vermelha.

A corda que agarra na mão envolve na outra ponta, à laia de trela, o pescoço de um belíssimo cachorro de pelo castanho flamejante, orgulhosamente acompanhando o seu dono com passo alegre, focinho no ar e olhar de quem é dono do mundo.

Imagino que o homem procura comprador para o cão.

Pobre tolo! Jamais encontrará outro amigo assim, que com ele passeie entre a multidão elegante sem vergonha do seu companheiro.
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1 comentário:

Lília Abreu disse...

Bem, já me cruzei com alguém parecido, tipo sem abrigo, com um cão muito bem tratado. estive a observá-lo, sem ele por isso dar, (estavam os dois sentados) e reparei que quase não comeu. A maior parte da sandes deu-a ao bichinho, com muito carinho... E, nestas alturas, dá-nos para a dúvida... nem sempre, tudo o que parece o é...