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Como se deduz das declarações dos subscritores do manifesto dos 28 nos últimos dias, cada um deles teve as suas razões particulares para subscrever o alegado manifesto.
Assim, de repente, consegui identificar a seguinte tipologia de aderentes:
1. Os que acham que o país não tem dinheiro para investir.
2. Os que desconfiam do poder multiplicador do investimento público.
3. Os que temem que o investimento público esgote as verbas disponíveis para o investimento privado.
4. Os que acham que o investimento público não é a melhor forma de responder à crise.
5. Os que apoiam os pequenos investimentos públicos, mas não os grandes.
6. Os que são contra o novo aeroporto.
7. Os que querem o novo aeroporto noutro sítio.
8. Os que querem o novo aeroporto mas não agora.
9. Os que são genericamente contra o TGV.
10. Os que querem o TGV, mas não agora.
11. Os que querem a ligação por TVG Lisboa-Madrid, mas não Lisboa-Porto.
12. Os que querem a ligação por TGV Lisboa-Porto, mas não Lisboa-Madrid.
13. Os que não querem mais auto-estradas.
14. Os que querem mais auto-estradas, mas não agora.
15. Os que querem mais auto-estradas, mas não estas.
Já chegámos aos 28? Ainda não, nem é preciso, porque os diversos arranjos de opções alternativas encarregam-se de assegurar que cada cabeça tem a sua opinião particular sobre o programa de investimentos públicos em discussão.
O manifesto é um típico exemplo de coligação negativa: um conjunto de pessoas une-se pelas motivações mais díspares para obstaculizar este ou aquele aspecto de uma solução de conjunto que não lhe agrada.
Que fariam estas pessoas, se acaso conquistassem o poder? Nada, evidentemente, visto o entendimento que alcançaram ser insusceptível de sustentar um programa de acção positivo.
A ingovernabilidade torna-se desde logo patente em manifestos deste tipo.
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22.6.09
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