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As mesmíssimas pessoas que constantemente bramam contra o relativismo moral aplaudem com entusiasmo as empresas que agora antecipam a distribuição de dividendos para se esquivarem ao pagamento de impostos agravados no próximo ano.
Argumentam elas, em primeiro lugar, que as empresas assim procedem porque podem, e que contra isso não há nada a fazer. Claro que podem, a questão é saber se devem.
Uma segunda linha de argumento amoral afirma que os gestores das empresas têm o dever de proteger os direitos dos seus accionistas mediante um adequado planeamento fiscal, e que é apenas isso que estão a fazer.
Isto implica que as empresas não têm responsabilidades em relação à comunidade em que se inserem, ou, pelo menos, que os accionistas devem ter sempre prioridade sobre ela.
Numa situação de emergência nacional, quem puder escapar a cumprir os seus deveres para com o país não deve ser criticado por agir desse modo. A única norma ética que conta para essa gente, é, pois: "safa-te como puderes".
Um dia, quando os que agora estão na mó de baixo tiverem a faca e o queijo na mão, ouviremos os gemidos destes valentes empresários queixando-se da injustiça de que são vítimas. Já aconteceu no passado, pode voltar a acontecer.
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20.11.10
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2 comentários:
Eperemos que esse dia seja para breve.
São empresas que dão maus exemplos... e o Estado apoia, pois é accionista de referência.
Ao ver este degradante espectáculo o único pensamento que ocorre a todos os portugueses é só um- fugir ao máximo aos impostos...
Até Já...
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