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Há quem diga que todas as teorias económicas são erradas, mas algumas são úteis.
Robert Shiller refutou há muitos anos a hipótese dos mercados eficientes mostrando que, na verdade, eles tendem a reagir exageradamente a notícias positivas ou negativas, e, além disso, alertou com grande antecipação para a crescente irracionalidade financeira que haveria de desembocar na crise do sub-prime.
A atribuição do Nobel a Shiller teria, por isso, o valor pedagógico de valorizar a teorização útil da economia.
Pelo contrário, se o prémio fosse para Robert Barro as teorias erradas e inúteis sairiam por cima. Reconheço génio intelectual a Barro, mas considero que revela uma grande falta de consideração pela realidade dos factos. O seu manual de Macroeconomia (já na 5ª edição) assemelha-se muito a um tratado de geometria, partindo de um punhado de axiomas (neste caso extraídos da microeconomia) para daí deduzir uma infinidade de proposições insuficientemente testadas. (Mas é claro que ele poderia sempre ser premiado pela sua investigação no domínio da macroeconomia do desequilíbrio, que cultivou na juventude...)
Quando a Paul Romer, os seus admiradores consideram que ele renovou a teoria do crescimento. Eu estou cada vez mais convencido que ele a liquidou de vez, mas, seja como for, concordo que o Nobel lhe assentaria bem.
Outros economistas que merecem o Nobel: Jorgenson, Thaler, Krueger e Milgrom.
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9.10.11
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3 comentários:
Penso que ao não incluíres o Rogoff foste um pouco injusto. Mas de resto, estou bastante de acordo com o que escreveste.
Fiquei algo desapontado com o livro do Rogoff, mas o defeito deve ser meu...
Estás a falar do ultimo com a Reinhart? Nem era muito por isso que eu o recomendaria para Nobel, mas pelo facto de ter sido dos poucos que alertou para as consequências dos grandes défices (e excedentes) das balanças correntes de diversos países.
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