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Estou finalmente a ler um livro sobre grandes empresários portugueses do século XX que me foi oferecido há coisa de oito anos por um dos retratados.
Continuo a fascinar-me com a quantidade de milionários que alegam origens modestas ou mesmo indigentes, sem dúvida no intuito de valorizarem os seus feitos.
Toda a gente sabe, por exemplo, que o Bulhosa pretende ter começado a sua atividade a distribuir combustíveis numa carrinha puxada por um burro.
Mas a história é consideravelmente distinta.
O pai do Bulhosa era um grossista de carvão e vinhos que trazia para Lisboa por via fluvial. Que vivia bem, prova-se pela circunstância de o Bulhosinha filho ter nascido na Rua Anchieta ao Chiado, à época zona residencial de gente com posses.
O que sucedeu foi que, na sua juventude, Bulhosa teve a ideia de alargar o negócio do paí à distribuição retalhista pelas carvoarias e tascas da capital em carroças de burros. Acresce que ao moço agradava fazer de vez em quando a ronda pelos fregueses.
Donde se infere que a lenda não é exatamente verdadeira. Se quisermos ser mais severos, poderemos também considerá-la razoavelmente falsa.
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16.12.11
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