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Já tínhamos sido recentemente notificados que a Grécia pode ser considerada descartável, o que valeu como um iniludível aviso para nós próprios.
Soubemos agora que tampouco a Grã Bretanha faz falta ao conceito prussiano da Europa. O dominó que se segue é logicamente a Irlanda, e a Itália só tem cabimento neste concerto como protectorado do Sacro Império Romano-Germânico, afinal a situação de que há escassos dois séculos lograra libertar-se.
Pasmo com a tranquilidade da França, sem dúvida determinada por uma ignorância história abissal, ao ver a União Europeia alienar um a um os seus aliados tradicionais.
A área preferencial de influência da França sempre se centrou na Ibéria, na Itália e no Mediterrâneo, únicos lugares do mundo civilizado onde a francofonia ainda tem alguma expressão. A prosseguir o curso atual, ficará isolada entre nações que nada querem saber dela.
Quanto à Grã Bretanha, a ausência de uma verdadeira política europeia que não a ditada pelos chauvinismo dos seus tablóides, permitiu que, na hora da verdade, ficasse apenas humilhantemente acompanhada da Hungria. Só um profundo alheamento em relação ao estado presente da política europeia pode ter levado Cameron a acreditar que conseguiria ter sucesso.
O facto é que também o Reino Unido, obcecado com uma América que pouco lhe liga, tem descurado as suas alianças históricas na Europa, as quais cobrem essencialmente o vasto arco que, envolvendo o Continente, vai da Escandinávia à Turquia, abrangendo a Irlanda, Portugal, a Itália, a Grécia e o Médio Oriente.
As realidades geo-estratégicas são, porém, mais fortes. Atrás do Reino Unido tenderemos a ir tanto nós como os outros territórios europeus de vocação marítima, tanto atlântica como mediterrânica, compensando o movimento de recentramento da União Europeia a leste do Reno.
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10.12.11
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