19.7.05

Direita e esquerda

Quando se estuda inferência estatística ensinam-nos que é possível cometer-se dois tipos de erros.

O erro de Tipo 1 consiste em recusar-se uma hipótese que na realidade é verdadeira. O erro de Tipo 2, em aceitar-se uma hipótese que de facto é falsa.

O drama é que só é possível diminuir-se a probabilidade de se cometer um erro de Tipo 1 aumentando a probabilidade de se cometer um erro de Tipo 2, e vice-versa.

Algo de semelhante ocorre quando se discute se deve ser adoptada uma determinada política de alcance social, tal como, por exemplo, a introdução do rendimento mínimo garantido.

Há um risco de que o rendimento seja negado a alguém que de facto necessita dele (erro de Tipo 1), tal como há um risco de que seja concedido a alguém que não deveria recebê-lo (erro de Tipo 2).

As pessoas que se situam mais à esquerda preocupam-se relativamente mais com a probabilidade de ocorrer um erro de Tipo 1, ao passo que as que se situam mais à direita temem principamente um erro de Tipo 2.

Naturalmente, há também, de um e de outro lado, os extremistas: à esquerda, os que acham que o rendimento deve ser atribuído sem restrições ou limitações, porque não admitem sequer a eventualidade de um erro de Tipo 2; à direita, os que se opoem terminantemente à própria existência do rendimento, porque não consideram a possibilidade de realmente ocorrer um erro de Tipo 1.

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