13.10.12

Uma fraude



Pinto Monteiro afirma taxativamente no Expresso de hoje: “O processo Freeport é uma fraude”, cuja sustentação probatória se resumiu a “uma carta anónima e uma senhora que ouviu uma conversa no café”. De seguida, sugere que a equipa de investigação andou a brincar connosco durante uma década e conclui ensinando-nos que este foi o terceiro processo mais caro de sempre em Portugal.

Na minha inocência, julgava eu que uma fraude é um crime e que um crime deveria ser investigado e punido. Mas, se o ex-PGR assim não pensa, estarei decerto equivocado.
É claro que esta trama, cuja origem Monteiro parece atribuir ao facto de haver “magistrados a fazer política”, só pôde fazer o seu percurso por uma conjugação de cobardias individuais e colectivas de que a pusilanimidade do entrevistado é exemplo.

A propósito de cobardia, eu tenderia a pensar que “O processo Freeport é uma fraude” daria um apelativo título de primeira página. Não foi, esse, porém, o entendimento da direcção do Expresso – e quem sou eu para a criticar?

1 comentário:

Anónimo disse...

Tendo em conta o volumoso processo e a chafurdice, dava, por certo, um GRANDE FILME, estivesse cá o Scorcese, ou o Woody Allen...