24.7.07
"Qual é o mal?"
Aparentemente, nem o Primeiro Ministro nem a Ministra da Educação vêem qualquer mal na contratação de uns quantos miúdos para servirem de figurantes na apresentação de um projecto, já de si algo pífio, de informatização das salas de aula.
Aparentemente, nenhum deles se apercebe da mensagem subliminar que o "evento" passou à opinião pública: a de que a acção política do Governo não passa de um simulacro bem ensaiado para consumo do cidadão-telespectador.
Aparentemente, no seu entusiasmo neófito pelas delícias do marketing político, nenhum deles se apercebe de que, neste como em muitos outros casos, a conotação acaba por sobrepor-se à denotação, ou seja, a forma acaba por ser mais expressiva do que o presumível conteúdo.
Aparentemente, o Primeiro-Ministro e a Ministra da Educação consideram que a sua principal responsabilidade consiste em organizar eventos de forma profissional, e que o negócio do Governo é a produção de conteúdos.
Aparentemente, nem um nem outro suspeita que é em momentos como este que irremediavelmente se cava um fosso entre governantes e governados.
Algo de politicamente muito errado está a passar-se quando, numa situação destas, os governantes necessitam que alguém lhes explique onde está o mal.
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