Escreve Pacheco Pereira no Público de hoje:
"Se bem que a nossa ideia moderna de Estado não possa ser extrapolada para o passado, a verdade é que poucas maravilhas nos deixou o Estado se comparado com a Igreja, e a paz quando comparada com a guerra."Nesta declaração está o Pacheco Pereira todo: culto o bastante para não poder evitar a prevenção da primeira parte - "a ideia moderna de Estado não [pode] ser extrapolada para o passado" - mas demagogo quanto baste para ignorá-la na segunda - "poucas maravilhas nos deixou o Estado se comparado com a Igreja".
Porque é claro que o Carmo, a Batalha, os Jerónimos e Mafra, para mencionar apenas alguns exemplos, foram inteiramente construídos e pagos pelo "Estado", no sentido que hoje damos a esse termo, e não pela Igreja.
Bem sei que os afazeres jornalísticos lhe tomam demasiado tempo, mas não podemos esquecer que, nos seus escassos tempos livres, Pacheco Pereira faz-se passar por historiador - e isso torna indesculpáveis lapsos deste género.
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