13.7.07
A segurança nacional explicada às crianças
Vamos lá a ver se eu entendo. Durante quase três décadas, os militares garantiram que a construção de um novo aeroporto civil em Alcochete poria em perigo a segurança nacional.
Um belo dia, porém, em conversa informal com o Presidente da CIP, deixaram cair a ideia de que nada tinham a opor a um novo aeroporto em Alcochete e que o aeroporto da Ota, esse sim, constituiria uma ameaça à segurança nacional.
As coisas ficam ainda mais complicadas quando se descobre que afinal não há nenhum papel escrito pelas Forças Armadas declarando a sua oposição a Alcochete, tal como não há nenhum papel escrito declarando o contrário.
Compreendo: definir por escrito o que ameaça a segurança nacional pode colocar em risco a própria segurança nacional que se pretende proteger.
Agora, de repente, anda tudo numa fona. O LNEC pediu um parecer sobre o assunto ao Ministério da Defesa, e o Ministério da Defesa (que está completamente às escuras em matéria de segurança nacional) remeteu o pedido para as Forças Armadas.
De maneira que, ao cabo de tantos anos a evitar comprometer-se, a tropa vai ter 15 breves dias para dizer de sua justiça.
Coisa complicada, entende-se, porque decerto a preservação da segurança nacional exigirá que a cedência de Alcochete tenha as suas contrapartidas: investimento nas outras bases aéreas, compra de novos (ou, mais provavelmente, velhos) aviões e helicópteros, e o mais que adiante se verá.
Como o tempo é escasso, o mais natural é que o Governo, se quiser dispor de Alcochete, terá que aceitar comprometer-se com investimentos cujo custo total ficará, para já, envolto numa névoa de imprecisão.
Mau... Mas então a CIP e os seus engenheiros não asseveraram que, sendo propriedade do Estado, os terrenos de Alcochete não nos custariam nada?
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