A propósito da sua participação nas negociações que conduziram à libertação das enfermeiras búlgaras detidas por Kadafi, diz-nos ela o seguinte:
"(...) Fiz as coisas sem pensar nas consequências mediáticas. A determinada altura, falei com Claude Guéant, secretário-geral do Eliseu, que me disse: "Vou à Líbia." Senti que podia ajudar, que podia dar um contributo. (...) Disse-lhe: "Vou consigo!" Ficou surpreendido e falou deste assunto ao Presidente, que lhe respondeu: "OK, vamos tentar, leve-a consigo." Parti com Claude Guéant. No avião, inteirei-me do dossier, tentei compreender e fiquei absorvida. Quando cheguei, apercebi-me de que havia meios de desbloquear as coisas. Pus nisso toda a minha energia. Primeira viagem, segunda viagem, passei lá 50 horas, a discutir, a falar, a negociar, com uns e com outros, muitas vezes com uns contra os outros, para tentar conseguir a única coisa que me interessava : libertar estas mulheres e este homem. Tinha-lhes dado a minha palavra, era preciso cumprir essa palavra e sentia que o podia conseguir. Era preciso empenhar toda a minha vontade, toda a minha alma, toda a minha raiva. Consegui e sinto-me muito contente com isso. Não esperava nada em troca e não compreendo esta polémica. Porque a minha única motivação era conseguir a libertação daquelas pessoas que sofriam de maneira atroz, era apenas fazê-las sair da prisão. Em nenhum momento pensei nas consequências mediáticas, nem nas explicações que me pedem, nem em nada. Fiz isto apenas com intuitos humanitários. E foi tudo."Cecília está errada, evidentemente. E certa, claro está.
Esta história dava uma ópera, se por acaso ainda alguém fizesse óperas.
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