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Maria Clara Murteira, professora na Universidade de Coimbra e especialista em Economia das Pensões, critica hoje em entrevista ao Jornal de Negócios a reforma da Segurança Social do Governo socialista.
In nuce, o seu argumento é este: se as dificuldades do sistema resultam "do abrandamento do crescimento económico e do desemprego, do recurso sistemático à antecipação da idade da reforma e do envelhecimento populacional (...) por que é que a única solução encontrada foi a redução do nível de pensões?"
Na opinião de MCM, a solução deveria ser outra: "Adoptar políticas que promovam o crescimento económico e para isto existem duas estratégias fundamentais: aumentar o produto por trabalhador através de acréscimos na qualidade e quantidade do capital e da melhoria da qualidade do trabalho; e/ ou aumentar o número de trabalhadores."
Infelizmente, ela esquece-se de nos revelar a solução mágica para aumentar a produtividade do trabalho e do capital, ou, ao menos, de nos explicar por que entende que as actuais políticas económicas não conduzem a esse resultado.
Como todos sabemos, a sustentabilidade da Segurança Social projecta-se no longo prazo, dependendo de factores cuja evolução futura é muito difícil de prever. Ninguém sabe ao certo como evoluirão num horizonte de 30 ou 40 anos a população activa e a sua produtividade. Ainda assim, o sistema tem que ser governado em função daquilo que, embora possa estar errado, hoje julgamos saber, e não dos nossos desejos e fantasias.
Se as coisas evoluirem melhor nas próximas décadas do que presentemente se imagina, nada impedirá que as pensões possam vir a ser aumentadas em função dos recursos efectivos disponíveis.
A impressão com que eu fiquei foi que, embora MCM seja especialista da economia das pensões, ela não tem verdadeiramente nenhuma proposta a apresentar na sua área de competência, limitando-se a remeter a solução do problema para os especialistas da economia do crescimento.
Assim, convenhamos, é muito fácil.
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10.8.09
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