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A ideia fixa da canzoada é comer e procriar, mandatos supremos da sobrevivência e reprodução da espécie. O cão pode ser o melhor e mais dedicado dos amigos, mas nem ao dono suporta que lhe toque quando está a comer. Arreganha ameaçadoramente a dentuça se lhe mexem na gamela, guarda até à morte o covil onde oculta o osso, marca ciosamente o território para dar a conhecer aos intrusos o perigo que correm caso se atrevam a violá-lo.
Se os cães fizessem eleições, as suas disputas centrar-se-iam, estou certo, nos temas mais queridos ao PP: promoção da natalidade a todo o custo; execração da homossexualidade; diabolização da interrupção da gravidez; hostilização dos imigrantes; condenação do auxílio aos mais fracos e fragilizados; obsessão com a segurança; multiplicação das polícias. Por outras palavras: expandir e proteger a nossa matilha num mundo onde ao homem é reservado o papel de lobo do homem.
A esta animalização da vida social proponho eu que se chame a zoo-política.
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4.8.09
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1 comentário:
Ponto de vista inédito. Muito bom.
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