28.8.09

É fazer as contas...

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Interrogado pelo Jornal de Negócios sobre qual a medida mais urgente para combater a crise se assumisse a liderança do governo, Louçã respondeu:

"A primeira prioridade, porque são precisas medidas de injecção de actividade económica, seria um plano de reabilitação urbana dirigido a uma parte das 500 mil casas que estão desocupadas. Isso envolveria cerca de 2.500 milhões de euros de gastos públicos, 1,5% do produto."

Adoro o rigor da proposta. "Uma parte das 500 mil casas" quantas casas será? Se fossem mesmo 500 mil, o "plano" corresponderia a gastar não mais que 5 mil euros por casa, o que daria para pouco mais que pintar as paredes e mudar as lâmpadas.

Logo, não serão decerto 500 mil casas. De quantas estaremos então a falar: 400, 200, 50 mil? Só Deus sabe.

Por que estarão essas casas presentemente desocupadas? Qual a extensão das obras necessárias para recuperá-las? Ignoramo-lo, mas está assente que se gastará nelas 1,5% do PIB.

Outra coisa: o Estado vai dar o dinheiro ou vai emprestá-lo, e a quem? Louçã afirma que se tratará se "gastos público" - essa parte é clara.

Mas por que raio irá o Estado dar dinheiro a incertos para arranjarem os seus imóveis? Para sermos mais exactos, por que haverá o Estado de agarrar em recursos nessa escala e entregá-los aos proprietários de casas em más condições de conservação?

Que conversa da treta!
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1 comentário:

CS disse...

Caro João,

Não é nada para esta mágnifica casa, mas permite-me agraciar o blogue com esta oferenda:
http://ovalordasideias.blogspot.com/2009/08/premio-o-seu-blogue-e-viciante.html

Abraço,

Carlos Santos