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Em Eton e Cambridge, Keynes estudou sobretudo literatura clássica, história e matemáticas. Na mesma época, dedicava também grande atenção às artes, principalmente à pintura e ao bailado.
Para ele, uma vida dedicada à arte estava à frente da investigação científica, e a investigação científica adiante da administração.
Maynard teve lições com Marshall, amigo de seu pai e economista como ele, e achou o tema muito fácil mas não excessivamente interessante. Nunca concluíu o curso de economia.
A sua tese de agregação versou sobre a filosofia da probabilidade. Dedicou em seguida quase duas décadas a transformá-la na sua primeira obra teórica de fôlego: A Treatise on Probability. As implicações dessas ideias para as teorias económicas que mais tarde o tornaram conhecido permanecem ainda hoje insuficientemente exploradas.
É algo confrangedor comparar os anos de formação de Keynes, de acentuada componente classicista e humanística, com o treino limitado e de vistas curtas a que hoje são submetidos os aspirantes a economistas, cujo inevitável resultado é a produção em série de intelectos anémicas e destituídos de imaginação.
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31.10.09
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2 comentários:
E você ainda é Economista! O curso de Economia ainda tem uma componente ampla de matérias que vão desde uma formação matemática de excelência, passando pelo core da Economia (Micro, Macro, Finanças Públicas e Finanças Empresariais) e algumas cadeiras acessórias.
Se você assistisse à pobreza intelectual das faculdades de Direito Portuguesas e as vistas curtas das pessoas que saem de lá com médias de 17 e de 18 à vezes então é que sentiria constrangido! Gente educada no puro e duro Magister Dixit, cujo sucesso académico depende fundamentalmente da preparação que tiveram antes da universidade a preparar-se para exames (ou seja, a educação deles consistiu em treinar técnica de estudo para exames), que se orgulham de não ter qualquer género de curiosidade intelectual para além daquilo que for imediato e que se orgulha à boca cheia de não ser capaz de ter uma visão minimamente crítica das coisas em virtude de o pensamento independente ser coisa de pedantes e de Mestres em Direito.
Eu digo: sofro imensamente por não saber de Matemática em virtude de ter tido uma má formaçao no assunto que nunca corrigi! Sofro imensamente de ter conhecimentos rudimentares de Análise Económica do Direito e que apenas os conheço derivados da minha curiosidade intelectual pessoal! Sofro imensamente por não ter proficiência matemática para analisar o impacto económico das leis Portuguesas no comportamento dos agentes e assim propor novas jurisprudências, doutrinas e leis!
A Economia pode estar mal em Portugal! Mas olhe que o Direito é muito pior! E nem entro por outras áreas que não primam pela abrangência de mentalidades pois isso seria lançar outras guerras!
Li o seu texto e ia escrever sobre os juristas que aí abundam, de magistrados a advogados. Fui surpreendido pelo comentário que antecede. Não preciso de dizer mais nada; está lá tudo.
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