O que Jerónimo de Sousa e o PCP pensam sobre a queda do Muro de Berlim, ao menos, toda a gente percebe.
Já o mesmo não se poderá dizer da prosa enrolada que a efeméride desencadeou em Francisco Louçã e de que destaco o ponto alto no qual desce mais baixo:
"Vinte anos depois da queda do Muro de Berlim, floresce assim a ideologia contentatória: o comunismo acabou, diz Saramago e repete, com gosto evidente, António Vitorino. Frágil ilusão, contudo, pois continuou a ser possível ser cristão depois da Inquisição, social-democrata depois da votação dos créditos de guerra e mesmo depois do assassinato de Rosa Luxemburgo, e até continuou a ser possível ser economista liberal depois da grande depressão de 1929."Significará isto que Louçã continua a ser comunista? Deixo o enigma à vossa consideração, já que ele se recusa a esclarecê-lo. Entretanto, aqui fica mais uma pista:
"O século XX começou em 1905 com o Soviete de Petrogrado e terminou em 1989 com a queda do muro de Berlim."Ora, quem foi o chefe do Soviete de Petrogrado? Nada menos que Leon Trotsky.
Notas finais:
1. Comparem o relambório de Louçã com a sinceridade do testemunho do Daniel Oliveira.
2. Alguém, por favor, explique ao Louçã que "Vinte Anos Depois" não é "o último livro da saga dos Mosqueteiros"; depois desse ainda houve "O Visconde de Bragelonne", que inclui o célebre episódio do Homem da Máscara de Ferro. Pois é, todos temos o nosso momento Tomás More.
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