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Imaginem um país onde alguns investigadores se dedicavam a perseguir pessoas em vez de inquirirem crimes. Imaginem, além disso, que eles faziam sistematicamente chegar aos jornais informações seleccionadas alegadamente recolhidas no decurso dessas devassas.
Considerem ainda a possibilidade de comentaristas cúmplices ou imbecis exigirem com grande alarido nas televisões a demissão dos arguidos ou meros inquiridos titulares de cargos públicos. E suponham que cada vez mais pessoas começavam a aceitar a ideia de que a regra se deveria estender a gestores de empresas privadas.
Para completar o retrato, fantasiem que o processo era apoiado e instigado por sindicatos de magistrados.
Decorre daqui com a brutalidade de uma dedução lógica que esse país não poderia ter governantes ou dirigentes que não fossem previamente aprovados pelos tais investigadores.
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8.11.09
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1 comentário:
O PSD/PS tinha um bom remédio para acabar com a situação que descreve: abolir o segredo bancário e criminalizar o enriquecimento inexplicado.
E não me venham com a desculpa esfarrapada da inversão do ónus da prova: o fisco já exige a todos os contribuintes que declarem e comprovem os seus rendimentos e nunca vi ninguém alegar que isto é inconstitucional ou inverte o ónus da prova.
Se houvesse mecanismos eficazes para combater a corrupção, seria muito mais difícil para quem persegue inocentes continuar a fazê-lo.
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