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Ao cabo de largos meses de trabalho, a comissão de inquérito à malfeitoria que dá pelo nome de Magalhães concluiu aquilo que desde sempre toda a gente soube.
Em breves palavras, o governo lembrou-se de dar utilidade a uns dinheiritos acumulados por uma fundação comprando computadores para os meninos das escolas.
Como isso não bastasse, fez tudo o que estava ao seu alcance para que eles fossem produzidos em Portugal. Esta segunda parte é de uma perversidade incrível.
Note-se que não houve qualquer má vontade da parte da oposição. Tivessem os computadores sido importados da China, como é prática corrente da administração pública portuguesa, e não haveria problema nenhum. Para não prejudicar a economia portuguesa, a importação seria assegurada por uma piquena empresa devidamente certificada pelo PSD, e prontos.
É tão fácil fazer as coisas como deve ser...
Não tendo sido seguidos os procedimentos apropriados, a oposição é agora forçada a queixar-se à Comissão Europeia da escandalosa protecção atribuída à nossa indústria pelo governo e a solicitar a aplicação da respectiva multa ao Estado português.
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