6.6.11

Solução governativa

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Parece-me razoável presumir-se que os eleitores que decidiram a votação de ontem - cerca de 10% dos que compareceram nas urnas - valorizaram mais a probabilidade de uma solução governativa estável do que os programas partidários em confronto.

Faz sentido.

Para quê dar a maioria ao PS se, isolado à direita à esquerda, ele não teria condições para governar? Se dúvidas houvesse, o último ano e meio comprovou que uma maioria socialista, necessariamente relativa, equivale a um défice de capacidade governativa inaceitável num momento crítico para o país.

Votar no PSD, em alternativa, garantia praticamente um executivo apoiado numa maioria absoluta. Nas atuais circunstâncias, terão muitos pensado, é isso que interessa, tanto mais que a ação governativa estará à partida muito condicionada pelo acordo assinado com a UE, o BCE e o FMI.

Repito: faz sentido.
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2 comentários:

Carlos Albuquerque disse...

Pois. Os eleitores acabam por sacrificar a elevadíssima qualidade da governação de Sócrates a troco de estabilidade. Mas, com um primeiro ministro tão bom, não seria mais racional dar-lhe maioria absoluta e assim ter o melhor de tudo?

João Pinto e Castro disse...

Se lhe interessa a minha posição, sim, seria mais racional.
Só que a democracia consiste em ouvir a opinião de toda a gente, não apenas a de alguns.