2.9.04

Crónica desfasada

Por sugestão de Samuel Butler (ver post de dia 30), vinda directamente de além túmulo, resolvi-me finalmente a dizer qualquer coisinha sobre a final da Super Taça Europeia.

O que se viu foi isto:

1.O Porto criou perigo praticamente sempre que atacou, mas praticamente não atacou.

2.O Porto raramente dominou o meio-campo. Desistiu de construir jogadas com princípio, meio e fim, limitando-se a pontapear directamente a bola da saída da sua área para a área adversária.

3.O Valência controlou quase inteiramente o jogo. O resultado lógico teria sido três a zero a seu favor.

Os comentadores que li adiantaram explicações que não colhem, tais como o atraso da preparação e a falta de tempo do novo treinador para preparar a equipa. A minha interpretação é diferente:

1.O Porto jogou com dois pontas-de-lança, coisa que não costumava fazer, nem nenhuma equipa deve fazer se não tiver dois jogadores excepcionais nessa posição (Ronaldo e Raúl por exemplo). Com isto, ficou com um jogador a menos no meio campo. Não vi ninguém observar que isto, mais o pontapé para a frente era precisamente o esquema de jogo que o Del Neri procurava implantar.

2.Ao jogar sem extremos, também ninguém deu apoio aos laterais nas tarefas defensivas, razão pela qual o Valência pôde sempre atacar com rapidez e perigo pelas alas.

3.Para piorar ainda mais as coisas, Costinha e Maniche postaram-se os dois à frente da defesa (como Scolari sempre quis e Mourinho nunca permitiu), o que, para além de ser desnecessário, consumou o fraccionamento da equipa e a estendeu desnecessariamente no terreno.

Desculpa-se Victor Fernandez pelo facto de não ter tido tempo para preparar a equipa. Mas um tipo que, apesar de não ter tempo, quer ganhar , não se põe a fazer experiências numa final. Deixa a equipa jogar como ela sabe.

Espero estar enganado, mas o que eu vi foi delnerismo sem Del Neri.

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