22.12.06

Como é diferente o politicamente correcto em Portugal

No editorial de hoje do Público, Nuno Pacheco insurge-se contra a "rejeição de símbolos natalícios" nos EUA e em Inglaterra.

Na página 5 do mesmo jornal, Constança Cunha e Sá defende a mesma opinião na sua crónica.

Na página 8 do mesmo jornal, Esther Mucznik defende a mesma opinião na sua crónica.

Na página 48 do mesmo jornal, Vasco Pulido Valente defende a mesma opinião na sua crónica.

É caso para dizer que o pluralismo está bem assegurado no Público.

O politicamente correcto é a tentativa de impor a opinião bem-pensante, de modo que pareça mal alguém ser visto em público a defender ou a fazer algo diferente.

O Público de hoje confirma que, ao contrário do que sucede nos EUA, em Portugal o que parece bem é ser-se reaccionário.

Um traço comum a todos os comentadores horrorizados com a terrível ofensa à civilização ocidental que neste Natal teve lugar num certo número de empresas inglesas e americanas é a grosseira falsificação dos factos.

Assim, Pulido Valente garante que é hoje "quase criminoso festejar o Natal". Nuno Pacheco afirma que "se ocultam os símbolos ou as histórias associados ao nascimento de Cristo". Constança Cunha e Sá sustenta que Mozart foi censurado. Esther Mucznik entende que "o laicismo exerce (...) uma função persecutória".

Tudo isto é - pura e simplesmente - mentira.

Quanto ao que de facto se está a passar nas empresas britânicas e americanas, os comentários ficam para outro dia.

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