4.2.07

Há 500 anos a dar novos mundos ao mundo

O que as recentes embaixadas à Índia e à China mais uma vez comprovaram é que, em termos gerais, os nossos políticos não são apresentáveis no estrangeiro.

Em Fornos de Algodres, ainda se safam razoavelmente. Mas, passando Badajoz, é o desastre que se vê - se, por acaso, alguém estivesse a ver, o que é duvidoso.

Queixam-se da comida picante que lhes é servida, compensando com uns pastelinhos de bacalhau que levaram na bagagem, oferecem-se para apresentar a China à Europa, pregam sermões aos indianos sobre a importância de terem sido descobertos pelo Gama, distribuem aos indígenas uns gadgets com "software português", oferecem, enfim, camisolas do Ronaldo e fotos do Figo.

Comparado com este pretensiosismo saloio, o simpático senhor Oliveira de Figueira - para muitos estrangeiros o Maior Português de todos os tempos - não só nos deixava mais bem vistos, como ainda, ao trocar panos vermelhos e contas de vidro por ouro ou marfim, sempre fazia melhores negócios.

Andamos há 500 anos generosamente ocupados a dar novos mundos ao mundo, de modo que não nos sobrou nenhum para uso próprio.

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