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(Continuação)
Haverá no Porto de Lisboa outro local para colocar o terminal de contentores? Na margem norte, não, porque só junto a Alcântara há uma frente com fundos naturais entre os 14 e os 16 metros, profundidade exigida pelos modernos navios Pós-Panamax.
Logo por azar, esses 600 metros de cais tiram a vista à esplanada preferida do escritor Miguel Sousa Tavares. Mas que se há-de fazer?
Na margem sul, porém, há fundos até 17 metros na zona da Trafaria e Porto Brandão. O problema é que, nesse local, não existem as infraestruturas portuárias de apoio indispensáveis nem acessos de comboio e estrada, pelo que seria necessário construí-los. Ora, as estimativas apontam para um investimento nunca inferior a mil milhões de euros - um problema muito grave dado que, como se sabe, "não há dinheiro para nada".
Ainda assim, faz todo o sentido começar a pensar-se em complementar a expansão de Alcântara com um alargamento posterior do porto na Trafaria, partindo do princípio de que os seus habitantes não se oporiam ao encerramento das cervejarias locais.
Em Setúbal também não há fundos da profundidade pretendida.
Resta Sines, é claro, cujo terminal de contentores foi concessionado (sem concurso, vejam lá!) à PSA (Port of Singapore Authority). Poder-se-ia, sob certas condições, deslocar todo o tráfego de contentores de Lisboa para Sines, mas é óbvio que isso implicaria um considerável encarecimento do transporte das mercadorias até chegarem aos seus destinos no Centro e Norte do país.
Estão dispostos a pagar os comes e bebes mais caros?
(NB - O terminal de cruzeiros de Stª Apolónia também não é suficiente para a procura projectada. Vai ser necessário construir um novo na margem sul, possivelmente onde hoje se encontram as docas da Lisnave.)
(À suivre...)
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12.11.08
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