Cristina Casalinho põe o dedo na ferida quando escreve no Jornal de Negócios de hoje:
"O Estado pode não estar a fazer todo o seu trabalho de casa; contudo, empresas e famílias também não. A contenção da despesa para padrões mais alinhados com o rendimento impõe-se ao Estado e ao sector privado."Há aqui porém uma assimetria essencial: toda a gente sabe o que é preciso fazer-se para travar o endividamento público; mas ninguém sabe como aumentar a poupança e reduzir o endividamento do sector privado quando o país não controla a taxa de juro de base.
Em teoria, tirando os habituais sermões exortando o povo à moderação do consumo, há duas alternativas: ou saímos da zona euro ou instituímos alguma forma de poupança forçada.
Como a primeira não se afigura realista, seria talvez altura de começar-se a pensar na segunda. Mas é claro que quem alvitrar essa possibilidade será logo acusado de estar a pretender aumentar os impostos.
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